Escola Municipal Hermenegildo B. de Oliveira
Disciplina: Geografia
Série: 9º ano do vespertino –
Aula: 25
Professor: Itamiram Alves (Iram)
Validade de: 12 à 19/02/2021
Carga
horária: 04 horas aulas
Grandes vencedores da Segunda Guerra Mundial, os EUA ganharam de
imediato protagonismo à escala global através do Plano Marshall e da capacidade de
resposta e apoio à reconstrução da Europa e
do Japão, para além da sua firme oposição à
ereção do Bloco de Leste pró-soviético. Depois da
criação da NATO e do seu importante papel no quadro
da ONU, os EUA reforçaram a sua política de intervenção externa em conflitos
regionais sempre em vista do afastamento de potenciais regimes
comunistas pró-soviéticos.
A hegemonia americana cimentou-se em grande escala
no período decorrido entre a vitória dos Aliados em 1944 e a sua derrota
no Vietname, em 1975, passando pela
retirada da Coreia em 1953, pela humilhação da Baía dos Porcos (Cuba,
1961) e pela imolação da nação nos arrozais e florestas do Vietname até
1973. Depois veio a travessia do deserto e a partilha da supremacia económica
com o Japão e a CEE, com os reveses do Líbano e
do Irão, os problemas na América Central e a eterna luta com a
União Soviética pelo domínio balístico intercontinental e do armamento nuclear.
Tudo começou com o poder económico americano nos
anos 50 do século XX, quando os EUA eram responsáveis por mais de metade do
produto interno bruto mundial (atualmente 21%), por 60% da produção industrial
(atualmente 25%), entre outros indicadores de clara supremacia material, ontem
como hoje, da nação do Tio Sam. No entanto, como se viu, e depois dos amargos
anos 70 e 80 da economia americana, apesar da recuperação de finais dos 80, a
hegemonia económica dos EUA não é o que já foi. Daí a procura da supremacia
militar como forma de recuperar a hegemonia económica, numa nação que desde os
anos 60 passou a ser também devedora, com défices e inflação por vezes
assinaláveis, além de dependência energética e mineral. O carácter
multinacional da economia americana depende do establishment militar do país,
que lhe serve de apoio, bem como suporte de alianças estratégicas e canais de
comércio abertos e seguros. É o exemplo da presença militar americana na Arábia Saudita ou da intervenção no Koweit em
1991 e atualmente em relação ao Iraque,
onde poderá, através da sangrenta Pax Americana assegurar o controlo e
exploração dos abundantes campos petrolíferos iraquianos.
O fim da União Soviética em 1991 guindou os EUA
para a condição de única superpotência mundial, o que os levou a alterar a sua
posição no mundo, a sua atitude política externa e a sua margem de intervenção,
numa lógica de expansão que parece que só poderá conhecer rival à altura na
emergente China. Mas o fim da URSS acabou com a razão de
existir da NATO, cujo objetivo reitor foi a luta contra
a...URSS! Desde 1991, os EUA têm procurado justificar a existência da
organização militar, muito útil aos seus ideais hegemónicos na sempre difícil e
reticente Europa. A NATO foi particularmente útil aos
EUA aquando da resolução militar do conflito do Kosovo em
finais de 90, além de ter conseguido, até hoje, limitar a capacidade de atuação
militar e estratégica da Europa fora
do Velho Continente, sujeitando-se sempre à aliança com os EUA.
A hegemonia americana experimentou o seu mais
amargo travo desde o Vietname aquando
do 11 de setembro de 2001, quando ficou a conhecer o seu novo inimigo,
silencioso mas brutal, capaz de operar dentro dos EUA, algo inédito na História:
a al-Qaeda de Ossama bin Laden, o mais terrível adversário americano. Até hoje,
depois dos atentados de Nova Iorque, do Quénia,
do Iemen, entre outros, depois da campanha do Afeganistão iniciada em 2001-2002, a
hegemonia americana tem sido pontualmente sacudida e posta em causa pelo
fundamentalismo islâmico, o único inimigo capaz de fazer tremer os EUA,
provocando, desde 2003, a segunda imolação americana depois do Vietname:
o Iraque.
Os apoios na Europa não
foram muitos (Grã-Bretanha, Espanha, Polónia, Portugal...),
sempre polémicos e com as críticas da França e
da Alemanha, além de quase toda a opinião pública
mundial, opositora também de outro instrumento de supremacia americana, desta
feita de carácter económico: a globalização neoliberal. Incapaz de resolver a
questão iraquiana e do Afeganistão, prevenindo-se nas Filipinas e na Indonésia de eventuais ataques à sua hegemonia no
Sudeste Asiático, onde emerge o gigante chinês e o risco de uma escalada de
guerra entre a China e o aliado americano na
região, Taiwan, sem solução ou força para dissuadir
a Coreia do Norte e o Irão a
abandonarem as suas estratégia nucleares, longe de se encontrar paz no conflito
israelo-árabe ou de resolver o flagelo do narcotráfico sul-americano, para não
falar do seu inimigo mais próximo – Cuba...
- os EUA conhecem atualmente um rival em grande expansão, a União Europeia, que ombreia já com o Tio Sam
em termos comerciais e produtivos, marcada pelo eixo Paris-Berlim e pela
contestação europeia à política militar e à guerra ao terrorismo que marcam os
esforços de supremacia americana no mundo na atualidade.
Atividade
– 25
Nome completo:____________________________________________________________
Série: 9º ano
Data da devolutiva: 19/02/2021
1 - Os EUA se tornaram uma potência
econômica mundial na primeira metade do século XX, superando Inglaterra, França
e Alemanha, mantendo este posto até o início do século XXI. Sobre o processo de
constituição dos EUA como potência econômica mundial responda no seu caderno:
a.
Qual fato histórico catalisou este
processo no início do século XX?
b.
Qual outro país se aproximou do poderio
econômico e militar dos EUA após a Segunda Guerra Mundial?